associação portuguesa de educação musical

Sinopse:

O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO), aponta para uma educação participativa, científica e artística de base humanista. Neste contexto, e apesar da inclusão ser considerada fundamental, o ensino da educação musical no 2º CEB não é suficientemente potenciada para o desenvolvimento integral de todas as crianças/jovens. Também os cursos do Ensino Artístico Especializado (EAE) da Música não estão preparados para acolher as crianças com Necessidades Educativas (NE), embora tal situação seja preconizada pela Legislação Vigente (DL. nº 344/1990; DL. nº 54/2018 e nº 55/2018). Estas circunstâncias são motivadas por diversas razões, nomeadamente, a falta de formação especifica dos professores. Nesse sentido é importante promover a alteração das práticas pedagógicas e didáticas junto dos professores, para que estes possam promover a participação de todos em prol da inclusão.

Objetivos a atingir:

• Contribuir para melhorar as competências pedagógicas e didáticas dos professores;
• Dotar os professores do 2º CEB de estratégias para desenvolver as aprendizagens essenciais nos três domínios: Experimentação e criação, Interpretação e comunicação, Apropriação e reflexão;
• Dotar os Professores de Música do EAE de competências que lhes permitam identificar as potencialidades e fragilidades das crianças e adaptar estratégias para lecionar os conteúdos da área da música a todas as crianças;
• Dar a conhecer recursos didáticos e tecnológicos, nomeadamente Produtos de Apoio/Tecnologias e Softwares, que possam apoiar o desenvolvimento da educação musical e da Aprendizagem da Música;
• Fomentar o trabalho de equipa potenciando o estabelecimento de redes, no sentido da resolução dos desafios que implica o ensino das crianças com NE.

Conteúdos:

ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO

• Aprendizagens Essenciais (AE) para a educação musical no 2.º Ciclo do Ensino;
• PASEO: A transversalidade da música nas diferentes áreas do Perfil;
• Decretos-Lei nº 344/1990, de 2 de novembro; n.º 54/2018 e n.º 55/2018, de 6 de julho: potencialidades e desafios.

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

• Ambientes de Aprendizagem para todos: Dar a conhecer e contribuir para a utilização de diferentes Aprendizagens Ativas (Gamificação; Ensino Híbrido; Mapa Conceptual; Sala de Aula Invertida; Tempestade de Ideias; Aprendizagem entre pares; Aprendizagem Baseada em Problemas; Aprendizagem Baseada em Projetos, etc.);
• DUA - Design Universal como diferenciação pedagógica para a Aprendizagem;
• Adaptações curriculares na área do ensino da música e o desenvolvimento da educação musical;
• Desenvolvimento de competências digitais na utilização de tecnologias e produtos de apoio para o ensino da música e o desenvolvimento da educação musical;
• Exploração, análise e avaliação de recursos didáticos digitais para crianças com NE, incluindo as crianças com NSE;
• Ensino da música e Musicoterapia, semelhanças e diferenças;
• Metodologias de ensino da música (Suzuki, Kodaly, Orff, Dalcroze, etc.);
• Seleção dos métodos e técnicas em função do desenvolvimento e das necessidades das crianças;
• Adaptações curriculares no EAE da Música em prol da Inclusão;
• Avaliação diferenciada;
• Desenvolvimento das Competências Digitais dos professores;
• Utilização de Produtos de Apoio/Tecnologias e Softwares para o Ensino da Música;
• Diferentes formas de comunicação: Comunicação aumentativa e alternativa;
• Exploração, análise e avaliação de recursos didáticos digitais para crianças com NE;
• Trabalho em rede: Construção de redes de colaboração entre docentes; Construção de redes de apoio na comunidade educativa.

Metodologias de realização da ação:

A ação será realizada via online, em modalidade E-Learning com sessões síncronas e assíncronas, valorizando quer os processos de reflexão e troca de experiências e ideias quer a exploração prática dos conteúdos trabalhados. Este tipo de metodologia permite que os formandos estudem no seu próprio ritmo, de acordo com a sua disponibilidade.

As sessões síncronas serão em parte expositivas e em parte colaborativas, valorizando processos de reflexão e troca de experiências e ideias. Utilizaremos ações de pesquisa e análise de recursos e atividades pedagógicas com suporte tecnológico, planificação de atividades e práticas que valorizem o preconizado nos DL nº 344/1990, de 2 de novembro e n.º 54/2018 e nº 55/2018 de 6 de julho.

As sessões assíncronas, serão sessões de trabalho autónomo contemplando a realização de pequenas tarefas, de reflexão, preparação e implementação de atividades ligadas ao ensino da educação musical, pelo que assumem a responsabilidade pela sua aprendizagem;

Será fomentada a utilização da dimensão digital como instrumento facilitador e o estabelecimento de redes colaborativas.

Regime de avaliação dos formandos:

• Participação nas atividades e realização das tarefas propostas;
• Reflexão crítica.

Na avaliação dos/as formandos/as será dado cumprimento às determinações legais, nomeadamente os nºs 1 a 4 e 7 a 9 do artigo 4º do Despacho nº 4595/2015 do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, publicado no Diário da República, 2ª Série, Nº 87, de 6 de maio, e ao Regulamento para acreditação e creditação de ações de formação contínua, de 9 de maio de 2016, do CCPFC.

A avaliação é formalizada numa escala de 1 a 10 com a menção qualitativa de:

• 1 a 4,9 valores – Insuficiente
• 5 a 6,4 valores – Regular
• 6,5 a 7,9 valores – Bom
• 8 a 8,9 valores – Muito Bom
• 9 a 10 valores – Excelente

Bibliografia fundamental

• Dalagna, G., Caro, I., Foletto, C., Caixinha, H., Moreno, D., Silva, J. (2024). DigiMusi: promovendo a transformação digital no ensino e aprendizagem da música: guia de boas práticas, UA Editora, ISBN: 978-972-789-916-6. http://hdl.handle.net/10773/42203
• Espíndola, D. (2024). Inclusion of children with cerebral palsy in arts education programmes of music: from research to action, UA –Teses Doutoramento. http://hdl.handle.net/10773/42051
• Moreno, D, Maia, A., & Jacob, P. (2023a). Music for all: finding digital resources. In L. Gabrielli (ed.), Corpi Fisici: Physical Bodies, Atti del {XXIII} Colloquio di Informatica Musicale, p. 156-164. http://cim.lim.di.unimi.it/2022_CIM_XXIII_Atti.pdf
• Moreno, D., & Maia, A. (2022). Accessible Music for Everyone: Discovering Resources. In: Mesquita, A., Abreu, A., Carvalho, J.V. (eds) Perspectives and Trends in Education and Technology. Smart Innovation, Systems and Technologies, vol 256. Springer, Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-16-5063-5_73
• Moreno, D., Azevedo, J., Lima, B., & Davanzo, N. (2023e). Music for All: An Intervention Project in an Artistic School in Portugal. The Qualitative Report, 28(10), p. 2953-2979. https://nsuworks.nova.edu/tqr/vol28/iss10/8/

Davys Moreno

Davys é violinista, professor de música, musicoterapeuta e maestro de orquestras infantis com uma vasta experiência profissional. Tem promovido o desenvolvimento de orquestras infantis para democratizar a aprendizagem musical no 1º e 2º CEB e a intervenção em musicoterapia. Foi recentemente galardoado com o título de Doutor Europeu em Educação pela Universidade de Aveiro com a tese intitulada: "Inclusão de Crianças com Paralisia Cerebral no Ensino Artístico Especializado da Música: Da Investigação à Ação". Durante o desenvolvimento do seu doutoramento, realizou um estágio doutoral no Departamento de Informática Musical da Universidade de Milão (Itália). Possui mais de 50 trabalhos publicados, dos quais 10 estão indexados nas bases de dados SCOPUS e WoS com 22 citações e h-index 3, relacionados com a temática da participação pela inclusão na área da música. A sua atual área de investigação centra-se na promoção da participação de todas as crianças nos processos de ensino/aprendizagem da música, fazendo sobressair o melhor de cada uma delas para que não seja necessário falar de inclusão.

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