De A a Z para a Música na Educação

De A a Z para a Música na Educação por... Eduardo Lopes

Eduardo Lopes

Eduardo Lopes

Efetuou estudos de bateria jazz e percussão clássica no Conservatório Superior de Roterdão (Holanda). É Licenciado pela Berklee College of Music (EUA) em Performance e Composição com a mais alta distinção (Summa Cum Laude). É Doutorado em Teoria da Música pela Universidade de Southampton (Reino Unido), sob orientação de Nicholas Cook. Em 2015 prestou provas de Agregação em Música e Musicologia na Universidade de Évora, tendo sido aprovado por unanimidade. Ao longo da sua carreira recebeu vários prémios e bolsas de estudo nacionais e internacionais.

Atua regularmente com os mais relevantes músicos portugueses e artistas internacionais de renome, tais como: Mike Mainieri (Steps Ahead); Dave Samuels (Spyro Gyra); Myra Melford; Susan Muscarella; Kevin Robb, Phil Wilson; e Bruce Saunders. Gravou vários CDs, alguns dos quais como artísta principal.  Apresentou-se em concertos em Portugal, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Escócia, Brasil, Japão e EUA. É Artista Yamaha (Europa), e endorser das marcas de instrumentos Zildjian e Remo.

É autor de vários artigos e textos sobre a problemática da interpretação musical, teoria da música e ritmo, jazz e ensino de música. Lecionou na Universidade de Southampton no Reino Unido e na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo em Portugal. De 2012 a 2016 foi diretor do Departamento de Música da Universidade de Évora. No ano letivo de 2016-2017 foi Professor Titular Visitante na Escola de Música e Artes Cénicas da Universidade Federal de Goiás, Brasil. Ao momento é Professor Associado com Agregação no Departamento de Música da Universidade de Évora; Diretor do Doutoramento em Música e Musicologia da UÉ; Coordenador do Pólo do CESEM na UÉ; e editor da revista brasileira de musicologia HODIE.


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A

Aprendizagem é o principal objetivo da educação. Numa perspetiva contemporânea, o insucesso na aprendizagem, compele o repensar das vigentes teorias e metodologias de ensino. Deste modo e no séc. XXI, os paradigmas da educação deverão mover-se definitivamente do ensino para a aprendizagem.

B

A Bateria é talvez o mais inclusivo dos instrumentos musicais. Instrumento nascido no melting pot de Nova Orleães na transição do séc. XIX para o séc. XX, agregou vários instrumentos de percussão, numa simbiose perfeita de diferentes sons. Integrando-se facilmente em vários estilos musicais, é prova clara das vantagens da hibridização contemporânea e da adaptabilidade para a arte progressista.

C

Música em Conjunto é inerente e fundamental à prática musical. Nas muitas funções que a música tem na sociedade, o conjunto musical é a forma onde melhor se refletem as qualidades e princípios musicais, muitas destas especificamente relacionadas com o que é ser Humano – a expressão do indivíduo no grupo.

D

Desmistificar é uma das funções do educador e do investigador. Considerando que arte e música existem desde sempre na nossa civilização, processos de cristalização através de mitos perdidos ao longo dos tempos, tendem a dificultar a génese progressista da música, fator elementar na definição do que é arte.

E

Errar não só é humano, mas como também é uma realidade no processo musical, e como tal deverá ser assumido de uma forma natural. Desde que começamos a fazer música que temos como objetivo errar menos, até um dia em que desejamos ‘errar’ para avançar para novas descobertas.

F

Fundamentar, no seu mais lato senso, é parte integrante no assumir uma ideia ou personalidade musical. Só deste modo poderá haver contínuo interesse na interpretação.

G

O Gosto por aquilo que fazemos é indispensável para o sucesso de qualquer atividade. Tendo em conta que só muito raramente alguém inicia ou tem uma carreira na música sem o ter inicialmente desejado, é importante não deixar que os reveses e dificuldades inerentes à sua aprendizagem não superem o gosto inicial. Deste modo, o prazer pelo que fazemos deve ser sempre fomentado lembrando o que inicialmente criou em nós vontade de fazer música.

H

Humildade é essencial no ensino, aprendizagem e prática musical. No caminho para a competência numa determinada área, a consciência de que existem muitas outras áreas e perspetivas na arte, é o catalisador para um contínuo atingir de outros níveis.

I

Sem Imaginação não há música. Sendo elemento integrante da música, todos que a fazem deverão constantemente cultivar a imaginação e fomentar processos criativos.

J

Na música, Justaposição e integração de componentes do som são também expressões da sua inclusividade. Nos dias de hoje prossigamos esta herança de integrar e justapor diferentes estilos musicais, formas de pensar e fazer, identidades, no contínuo caminho da música como parte constituinte da Humanidade.

K

Kit é um agregado de diferentes entidades que servem um determinado propósito. Pela sua diferença, cada entidade tem uma importância específica e imprescindível, sendo fragmento intrínseco para a definição do próprio conjunto.

L

Liberdade de gostar ou não gostar, seguir um caminho ou outro qualquer.

M

Multi é um prefixo sempre a privilegiar em arte e música. Expressão da componente ‘grupo’ no binómio relacional Indivíduo-Grupo que tão bem representa o que é ser Humano.

N

Abracemos a Novidade sem receios e preconceitos. Mesmo que algo não seja o que imaginamos para o futuro e que até se apresente de curta existência, a novidade faz parte de um processo de crescimento e experimentação, vital para o progresso.

O

Origem e história é conhecimento que na medida certa se tornam de relevância para a prática no presente, bem como perspetivam o futuro.

P

Paciência é um estado de espírito que na nossa época de mudanças constantes e grande necessidade de respostas imediatas, tende a não ser facilitado. No entanto, a arte musical com toda a sua história, sua presente prática e inspirador futuro, requer de todos os músicos uma constante espera e inerente calma na busca pela proficiência, como também para o fomento e desenvolvimento dos essenciais processos de inspiração e criação.

Q

Qualidade é sempre relativa e na sociedade global dos dias de hoje de difícil quantificação. Devemos pensar a qualidade como algo não estático e individual, em que progressivamente corrigimos o que fazemos para uma melhor proficiência.

R

Ritmo é a organização de todo o universo.

S

Sensações físicas, equilíbrios, desequilíbrios, movimento, expectativas psicológicas, afinações, desafinações, texturas sonoras, entre outros, são afetos que a música nos pode proporcionar, inspirando o nosso dia a dia.

T

Tempo, apesar de relativo, é a medida base para a criação de um contexto ou instante vivido.

U

Uma Unidade, individuo ou ocorrência é princípio para a existência. Cada indivíduo, com suas diferenças e personalidade, enriquece o grupo ao qual ele pertence. Como tal, a individualidade deve também ser estimulada.

V

Vida e existência é movimento. Tudo o que nos rodeia e que nos define está em movimento perpétuo. Na arte e na música, todas as expressões de movimento são fundamentais: desde o movimento percecionado, o realizado pelos intérpretes ou ouvintes, até às viagens e encontros de aprendizagens e trocas artísticas. Sem movimento não há música.

W

Workshop é um termo utilizado para uma situação de ensino-aprendizagem pontual, usualmente em contexto não-formal. Como complemento a uma aprendizagem musical formal e estruturada, o contacto com outros educadores e metodologias é uma mais-valia, podendo até ser a solução para quebrar impasses na aprendizagem e catalisador para novas descobertas.

X

Século XXI é o nosso presente e é o instante onde ensinamos, aprendemos e fazemos música. Conhecer o passado é importante, bem como perspetivar o futuro. Cabe assim, a cada um de nós fazer o melhor possível em cada dia do presente, sendo também um pouco saudoso do passado e sonhador para o futuro.

Y

Yin-Yang é o conceito filosófico Chinês que reflete a importância da individualidade como fração para a complementaridade. Se bem que esta milenar filosofia se centra no dualismo, na contemporaneidade deveremos também extrapolar outras medidas, além do binário, para outas complementaridades.

Z

Zeitgeist: ensinar, aprender e fazer música no tempo-espaço que existimos.

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